Resolver Questões Estude resolvendo o conjunto de questões
A CASA DAS QUESTÕES 2019 A CASA DAS QUESTÕES Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais
Imigrações no Rio Grande do Sul
Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de povoadores. Portugueses oriundos
da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta área onde
anteriormente estavam situadas as Missões.
A partir da década de vinte do século XIX, o governo brasileiro resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para
formar uma camada social de homens livres que tivessem habilitação profissional e pudessem oferecer ao país os
produtos que até então tinham que ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Os primeiros imigrantes
que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da
capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual estado.
Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora
praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que
terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em
que predominavam os homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do
trabalho alheio.
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande.
Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades,
consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E,
embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e
charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
Com a sucessão de levas de imigrantes, verificaram-se as seguintes consequências no Rio Grande
do Sul:
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Imigrações no Rio Grande do Sul
Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de povoadores. Portugueses oriundos
da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta área onde
anteriormente estavam situadas as Missões.
A partir da década de vinte do século XIX, o governo brasileiro resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para
formar uma camada social de homens livres que tivessem habilitação profissional e pudessem oferecer ao país os
produtos que até então tinham que ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Os primeiros imigrantes
que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da
capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual estado.
Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora
praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que
terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em
que predominavam os homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do
trabalho alheio.
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande.
Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades,
consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E,
embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e
charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
Atente para a seguinte construção em discurso direto: Perguntou-me ele: − Não terá sido essencial a
contribuição dos meus antepassados? Transpondo-a para o discurso indireto, iniciando-se por Ele me
perguntou, deve seguir-se, como complementação adequada,
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A chave do tamanho
O antes de nascer e o depois de morrer: duas eternidades no espaço infinito circunscrevem o nosso breve espasmo de
vida. A imensidão do universo visível com suas centenas de bilhões de estrelas costuma provocar um misto de assombro,
reverência e opressão nas pessoas. “O silêncio eterno desses espaços infinitos me abate de terror”, afligia-se o pensador
francês Pascal. Mas será esse necessariamente o caso?
O filósofo e economista inglês Frank Ramsey responde à questão com lucidez e bom humor: “Discordo de alguns amigos
que atribuem grande importância ao tamanho físico do universo. Não me sinto absolutamente humilde diante da
vastidão do espaço. As estrelas podem ser grandes, mas não pensam nem amam – qualidades que impressionam bem
mais do que o tamanho. Não acho vantajoso pesar quase cento e vinte quilos”.
Com o tempo não é diferente. E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado
de décadas, mas centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da
existência renderiam, por conta disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a
imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo cósmico
e as nossas inquietações? Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria difícil de suportar.
Ao longo do texto, o autor sustenta a ideia de que a infinitude
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Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o emprego das normas para regência nominal e verbal
nas frases dadas.
( ) Aquele hospital está apto em fazer transplante de córnea.
( ) O paciente apresentou uma queixa contra o enfermeiro.
( ) O médico prefere a cirurgia a tratamentos alternativos.
( ) O diretor-geral, em relação ao residente, antipatizou dele. De acordo com os exemplos dados, a
sequência CORRETA é
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A chave do tamanho
O antes de nascer e o depois de morrer: duas eternidades no espaço infinito circunscrevem o nosso breve espasmo de
vida. A imensidão do universo visível com suas centenas de bilhões de estrelas costuma provocar um misto de assombro,
reverência e opressão nas pessoas. “O silêncio eterno desses espaços infinitos me abate de terror”, afligia-se o pensador
francês Pascal. Mas será esse necessariamente o caso?
O filósofo e economista inglês Frank Ramsey responde à questão com lucidez e bom humor: “Discordo de alguns amigos
que atribuem grande importância ao tamanho físico do universo. Não me sinto absolutamente humilde diante da
vastidão do espaço. As estrelas podem ser grandes, mas não pensam nem amam – qualidades que impressionam bem
mais do que o tamanho. Não acho vantajoso pesar quase cento e vinte quilos”.
Com o tempo não é diferente. E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado
de décadas, mas centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da
existência renderiam, por conta disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a
imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo cósmico
e as nossas inquietações? Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria difícil de suportar.
As ideias de Pascal e as de Frank Ramsey referidas no texto
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Dialeto do Planalto
Brasília é recente - foi fundada há menos de 60 anos -, mas, com contribuições de várias partes do país, formou a
própria identidade. Descubra expressões típicas de lá que ajudam a revelar o jeito de ser do povo da capital federal.
Ele é muito aguado. Refere-se a alguém que chora por qualquer coisa e de forma fingida - ou seja, um manteiga-derretida
especializado em lágrimas de crocodilo.
Nunca vi garçom tão apagado! É assim que os brasilienses se referem a alguém lento, lerdo.
“Apagar” também pode ser sinônimo de assassinar.
Só pode ser agá. “Agá”, em Brasília, é piada. E por lá corre o seguinte “agá”: não é à toa que
o prédio do Congresso Nacional tem o formato dessa letra...
Eu vou de camelo. Famoso por fazer parte da letra da música Eduardo e Mônica, da Legião
Urbana, o termo “camelo” denota bicicleta.
Quando ela chegou, dei de cabrito. Sabe-se lá por que o filhote da cabra ganhou essa fama
no Distrito Federal: “dar de cabrito” é sair de fininho, à francesa.
É correto afirmar que
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Graças à língua, o homem liberta-se das circunstâncias imediatas, o ‘aqui e agora’, e expande para o passado e o futuro o
cenário em que se passam os episódios de sua vida. Ou seja: graças à língua, o homem nomeia ou evoca seres não presentes
na situação de fala; reporta-se a situações e experiências passadas, revive-as e provoca em seu ouvinte ou leitor sensações
análogas às que experimentou; projeta experiências futuras ou cria seres que compõem cenários imaginários e participam de
acontecimentos imaginários. Graças à língua, os conteúdos expressos em nossos enunciados não precisam, portanto, ser
reflexos de dados presentes na situação comunicativa, mas sempre hão de ser conceitos potencialmente significativos, aptos a
compor textos que podem ser produzidos em lugares e épocas distintos do espaço e tempo em que as coisas relatadas ou
referidas ocorreram.
De acordo com o texto,
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Em cada um dos pares, as duas palavras têm a mesma terminação (indicada pelos
destaques). As comparações entre elas permitem estabelecer uma relação geral entre a regra das
oxítonas e a das paroxítonas.
levará – avara
sutil – útil
envolver – revólver
caqui – táxi
Avalie as afirmações sobre a acentuação e a sílaba tônica das palavras.
Todas as palavras da segunda coluna devem ser acentuadas, segundo as regras gerais de acentuação.
Se uma oxítona com determinada terminação recebe acento, a paroxítona da mesma terminação não
recebe.
As palavras da primeira coluna são oxítonas e, como tal, todas devem ser acentuadas.
Se a oxítona não é acentuada, a paroxítona é.
Está CORRETO apenas o que se afirma em
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Dialeto do Planalto
Brasília é recente - foi fundada há menos de 60 anos -, mas, com contribuições de várias partes do país, formou a
própria identidade. Descubra expressões típicas de lá que ajudam a revelar o jeito de ser do povo da capital federal.
Ele é muito aguado. Refere-se a alguém que chora por qualquer coisa e de forma fingida - ou seja, um manteiga-derretida
especializado em lágrimas de crocodilo.
Nunca vi garçom tão apagado! É assim que os brasilienses se referem a alguém lento, lerdo.
“Apagar” também pode ser sinônimo de assassinar.
Só pode ser agá. “Agá”, em Brasília, é piada. E por lá corre o seguinte “agá”: não é à toa que
o prédio do Congresso Nacional tem o formato dessa letra...
Eu vou de camelo. Famoso por fazer parte da letra da música Eduardo e Mônica, da Legião
Urbana, o termo “camelo” denota bicicleta.
Quando ela chegou, dei de cabrito. Sabe-se lá por que o filhote da cabra ganhou essa fama
no Distrito Federal: “dar de cabrito” é sair de fininho, à francesa.
Comentário correto está expresso em
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Minha história começa numa ilha com pouco mais de duzentos habitantes, na baía de Todos os Santos. Uma fração de
Brasil praticamente secreta, ignorada pelas modernidades e pelos mapas: nem o (quase) infalível Google Maps consegue
encontrá-la. É nessa terra minúscula, a Ilha do Paty, que estão minhas raízes. O lugar é um distrito de São Francisco do
Conde - município a 72 quilômetros de Salvador, próximo a Santo Amaro e conhecido por sua atual importância na
indústria do petróleo. Na ilha, as principais fontes de renda ainda são a pesca, o roçado e ser funcionário da prefeitura.
No Paty, sapatos são muitas vezes acessórios dispensáveis. Para atravessar de um lado para
o outro na maré de águas verdes, o transporte oficial é a canoa, apesar de já existirem um
ou outro barco, cedidos pela prefeitura. Ponte? Nem pensar, dizem os moradores, em coro.
Quando alguém está no “porto" e quer chegar até o Paty, só precisa gritar: “Tomaquê!".
Talvez você, minha companhia de viagem, não saiba o que quer dizer “tomaquê". É uma
redução, como “oxente", que quer dizer “O que é isso, minha gente". Ou “Ó paí, ó", que é
“Olhe pra isso, olhe”. Ou seja, é simplesmente “Me tome aqui, do outro lado da margem".
É muito mais gostoso gritar “Tomaquê!".
Assim, algum voluntário pega sua canoa e cruza, a remo, um quilômetro nas águas verdes e
calmas. Entre os dois pontos da travessia se gastam uns quarenta minutos. Essa carona
carrega, na verdade, um misto de generosidade e curiosidade. Num lugar daquele
tamanho, qualquer visita vira assunto, e é justamente o remador quem transporta a
novidade.
Na norma-padrão do Português do Brasil, a oração Entre os dois pontos da travessia se gastam uns quarenta
minutos ainda estaria correta, e na voz passiva, se alterada para “Entre os dois pontos da travessia
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Salas de aula transformando o sertanejo
1º Ao longo de anos, o sertão do Rio Grande do Norte foi subjugado às intempéries da seca que expulsou milhares de
sertanejos de suas origens em busca de água e sobrevivência. Numa revolução inimaginável para a maioria dos moradores das
terras mais áridas do estado, cujas precipitações médias anuais são inferiores a 800 milímetros, a educação se tornou o meio de
transformação social, cultural e econômica. Hoje, por entre os cactos que povoam a caatinga, surgem institutos federais,
faculdades, universidades e a primeira Escola Multicampi de Ciências Médicas do Brasil. Em uma década, o número de
instituições de ensino superior no estado cresceu 33,3% e expandiu o número de vagas em 125,38%. O sertão do flagelo da
seca se transformou no chão das oportunidades e do resgate de sonhos.
2º “Não existia perspectiva. Meu pai era analfabeto. Eu cresci estudando em escola pública e numa família carente”, relembra
Anderson Fernandes, 26 anos, formado em Odontologia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN-Campus
Caicó). Nascido numa família que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo dos anos, a falta de perspectiva de mudança não
fez o estudante esmorecer, como se diz em Caicó. Formado há dois anos, hoje servidor público e aluno do Curso de Mestrado
em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fernandes é apenas um exemplo dos milhares de
jovens do interior do estado que se beneficiaram com o processo de interiorização da educação superior. De 2006 a 2016, o
número de instituições de ensino desse perfil saiu das 21 para 28, entre públicas e privadas, conforme dados mais recentes do
Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
3º A UERN, na qual Anderson Fernandes se formou, abriu os cursos de Odontologia e
Enfermagem, em Caicó, em 2006. “A UERN tem papel crucial na interiorização do ensino
superior. Ela foi pioneira na instalação de cursos da área da Saúde no Seridó”, destaca Álvaro
Lima, diretor do Campus da UERN em Caicó. Desde então, os alunos que antes migravam
para outras cidades potiguares ou até mesmo para a Paraíba passaram a permanecer em
Caicó.
4º Na mesma década, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, o IFRN, multiplicou por
10,5 o número de unidades instaladas no estado. Em 2006, eram apenas duas – uma em Natal e outra em Mossoró. Hoje, 21
institutos oportunizam a entrada de milhares de alunos no ensino médio, no técnico, na graduação e na pós-graduação.
5º No âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o processo de interiorização do ensino superior remonta
à década de 1970, com a abertura dos cursos de Letras, Administração, Estudos Sociais, Pedagogia, História e Engenharia de
Minas em Caicó. Naquela época, os cursos eram ministrados num prédio cedido pela Diocese de Caicó. Anos depois, com a
inauguração do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), com três blocos de aulas num terreno de 10 hectares, ocorreu a
ampliação do número de graduações e de professores e a expansão das atividades para a cidade vizinha, Currais Novos.
6º No Oeste do Rio Grande do Norte, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) iniciou um processo de expansão
com a transformação em universidade federal em 2005. Antes, funcionava como Escola Superior de Agricultura de Mossoró
(ESAM). Desde então, criou novos cursos e abriu três campi avançados em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros. Na
atualidade, a UFERSA oferece 22 cursos de graduação e 24 de pós-graduação. A comunidade estudantil é de 10.345 alunos
somente nos cursos presenciais. “A interiorização do ensino superior pode ser considerada o maior programa de inclusão do
Governo Federal, na medida em que tem levado pesquisa, ensino e desenvolvimento a locais que antes estavam longe de
grandes centros universitários. A UFERSA é um profícuo exemplo disso”, declara o reitor José de Arimatea de Matos.
7º Expandir a interiorização do Ensino Superior, principalmente nos cursos da área da Saúde, deve
ser uma meta prioritária da UFRN. Um dos objetivos da Escola Multicampi de Ciências Médicas é ter,
em seu quadro, 86 docentes. Para isso, alguns desafios deverão ser vencidos. Um deles é o
financeiro. Em comum, a UERN, a UFERSA e a UFRN sofrem com a falta de recursos. O custeio
para o Curso de Medicina de Caicó, por exemplo, foi zerado em 2018. Por ano, de acordo com
George Dantas de Azevedo, a UFRN repassa R$ 1,3 milhão para pagamento de despesas básicas. O
desafio deste ano será financiar o internato dos estudantes da primeira turma, iniciada em 2014, que
migrarão para a prática acadêmica no Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz. Na UERN,
o orçamento aprovado para este ano é R$ 71 milhões menor que o previsto para 2017.
A linguagem empregada no texto tende
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Peças de barro de 4.000 a.C. encontradas na Mesopotâmia são os documentos escritos mais antigos que conhecemos. E o
mais antigo desses documentos faz referência aos impostos. Naquela época, além de entregar parte dos alimentos que
produziam ao governo, os sumérios, um dos povos que viviam por ali, eram obrigados a passar até cinco meses por ano
trabalhando para o rei.
Os mais sortudos eram empregados para realizar a colheita ou para retirar lama dos canais da cidade. Os menos
afortunados entravam para o exército, com grandes chances de morrer em uma guerra. Quem era rico escapava: mandava
escravos para fazer o serviço sujo. Assim que surgiu a moeda, surgiu também a ideia de substituir a contribuição braçal por
dinheiro.
Era assim também no antigo Egito. As evidências indicam que, em 3.000 a.C., os faraós coletavam impostos em dinheiro ou
em serviços pelo menos uma vez por ano. Ninguém era tão temido quanto os escribas, responsáveis por determinar a dívida
de cada um. O controle era tão rigoroso que fiscalizavam até o consumo de óleo de cozinha nas residências, já que essa era
uma substância tributada. Os impostos eram mais altos para estrangeiros, e especula-se que foi para pagar dívidas
tributárias que os hebreus, por exemplo, acabaram como escravos.
O Império Romano aperfeiçoou a técnica de impor tributos a estrangeiros. Em economias
pré-industriais, a terra e o trabalho são os principais ingredientes da riqueza. Por isso, a
conquista de outras terras e de povos dava aos romanos acesso a mais riqueza, o que, por sua
vez, permitia que conquistassem e controlassem um território ainda maior.
O censo, usado até hoje em muitos países, foi criado pelos romanos para decidir quanto
deveriam cobrar de cada província. Os cálculos eram feitos com base no número de
pessoas. Até hoje, a capacidade de cobrar impostos é diretamente proporcional à quantidade e
à qualidade de informações disponíveis sobre os contribuintes.
A correção gramatical do texto seria mantida caso se substituísse
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Minha história começa numa ilha com pouco mais de duzentos habitantes, na baía de Todos os Santos. Uma fração de
Brasil praticamente secreta, ignorada pelas modernidades e pelos mapas: nem o (quase) infalível Google Maps consegue
encontrá-la. É nessa terra minúscula, a Ilha do Paty, que estão minhas raízes. O lugar é um distrito de São Francisco do
Conde - município a 72 quilômetros de Salvador, próximo a Santo Amaro e conhecido por sua atual importância na
indústria do petróleo. Na ilha, as principais fontes de renda ainda são a pesca, o roçado e ser funcionário da prefeitura.
No Paty, sapatos são muitas vezes acessórios dispensáveis. Para atravessar de um lado para
o outro na maré de águas verdes, o transporte oficial é a canoa, apesar de já existirem um
ou outro barco, cedidos pela prefeitura. Ponte? Nem pensar, dizem os moradores, em coro.
Quando alguém está no “porto" e quer chegar até o Paty, só precisa gritar: “Tomaquê!".
Talvez você, minha companhia de viagem, não saiba o que quer dizer “tomaquê". É uma
redução, como “oxente", que quer dizer “O que é isso, minha gente". Ou “Ó paí, ó", que é
“Olhe pra isso, olhe”. Ou seja, é simplesmente “Me tome aqui, do outro lado da margem".
É muito mais gostoso gritar “Tomaquê!".
Assim, algum voluntário pega sua canoa e cruza, a remo, um quilômetro nas águas verdes e
calmas. Entre os dois pontos da travessia se gastam uns quarenta minutos. Essa carona
carrega, na verdade, um misto de generosidade e curiosidade. Num lugar daquele
tamanho, qualquer visita vira assunto, e é justamente o remador quem transporta a
novidade.
Ponte? Nem pensar, dizem os moradores, em coro. Há um comentário correto sobre o fragmento transcrito
acima em
A CASA DAS QUESTÕES 2019 A CASA DAS QUESTÕES Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais
Minha história começa numa ilha com pouco mais de duzentos habitantes, na baía de Todos os Santos. Uma fração de
Brasil praticamente secreta, ignorada pelas modernidades e pelos mapas: nem o (quase) infalível Google Maps consegue
encontrá-la. É nessa terra minúscula, a Ilha do Paty, que estão minhas raízes. O lugar é um distrito de São Francisco do
Conde - município a 72 quilômetros de Salvador, próximo a Santo Amaro e conhecido por sua atual importância na
indústria do petróleo. Na ilha, as principais fontes de renda ainda são a pesca, o roçado e ser funcionário da prefeitura.
No Paty, sapatos são muitas vezes acessórios dispensáveis. Para atravessar de um lado para
o outro na maré de águas verdes, o transporte oficial é a canoa, apesar de já existirem um
ou outro barco, cedidos pela prefeitura. Ponte? Nem pensar, dizem os moradores, em coro.
Quando alguém está no “porto" e quer chegar até o Paty, só precisa gritar: “Tomaquê!".
Talvez você, minha companhia de viagem, não saiba o que quer dizer “tomaquê". É uma
redução, como “oxente", que quer dizer “O que é isso, minha gente". Ou “Ó paí, ó", que é
“Olhe pra isso, olhe”. Ou seja, é simplesmente “Me tome aqui, do outro lado da margem".
É muito mais gostoso gritar “Tomaquê!".
Assim, algum voluntário pega sua canoa e cruza, a remo, um quilômetro nas águas verdes e
calmas. Entre os dois pontos da travessia se gastam uns quarenta minutos. Essa carona
carrega, na verdade, um misto de generosidade e curiosidade. Num lugar daquele
tamanho, qualquer visita vira assunto, e é justamente o remador quem transporta a
novidade.
É correta a seguinte afirmação:
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Para alguns usuários do português, a língua inglesa funciona como um algoz, pois os vocábulos ingressantes no idioma
refletem a hegemonia dos Estados Unidos e do Reino Unido e uma suposta perda cultural e política.
Revista Língua Portuguesa, n.º 114, abril 2015, p. 42 (excerto).
As palavras podem assumir diferentes significados dependendo, além de outras características, do contexto em que são
empregadas. No excerto lido, as palavras “algoz” e “hegemonia” significam, respectivamente,
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Como eu era protestante, não pulei Carnaval durante a minha infância,
nas décadas de 1950 e 1960. No entanto, eu e meu pai cantávamos
muitas das marchinhas que ouvíamos no rádio, numa época em que a TV
ainda não existia. Uma de que eu gosto muito diz assim: “Iaiá, cadê o
jarro? O jarro que eu plantei a flor. Eu vou te contar um caso: eu quebrei o
jarro e matei a flor”. Hoje já não há marchinhas tão interessantes, quase
não sinto beleza nelas. Mas gosto muito dos sambas-enredo, verdadeiras
epopeias.”
No entanto, eu e meu pai cantávamos muitas das marchinhas que ouvíamos no rádio, numa época em que a TV
ainda não existia. Mantém o sentido e a correção originais da frase acima
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Salas de aula transformando o sertanejo
1º Ao longo de anos, o sertão do Rio Grande do Norte foi subjugado às intempéries da seca que expulsou milhares de
sertanejos de suas origens em busca de água e sobrevivência. Numa revolução inimaginável para a maioria dos moradores das
terras mais áridas do estado, cujas precipitações médias anuais são inferiores a 800 milímetros, a educação se tornou o meio de
transformação social, cultural e econômica. Hoje, por entre os cactos que povoam a caatinga, surgem institutos federais,
faculdades, universidades e a primeira Escola Multicampi de Ciências Médicas do Brasil. Em uma década, o número de
instituições de ensino superior no estado cresceu 33,3% e expandiu o número de vagas em 125,38%. O sertão do flagelo da
seca se transformou no chão das oportunidades e do resgate de sonhos.
2º “Não existia perspectiva. Meu pai era analfabeto. Eu cresci estudando em escola pública e numa família carente”, relembra
Anderson Fernandes, 26 anos, formado em Odontologia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN-Campus
Caicó). Nascido numa família que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo dos anos, a falta de perspectiva de mudança não
fez o estudante esmorecer, como se diz em Caicó. Formado há dois anos, hoje servidor público e aluno do Curso de Mestrado
em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fernandes é apenas um exemplo dos milhares de
jovens do interior do estado que se beneficiaram com o processo de interiorização da educação superior. De 2006 a 2016, o
número de instituições de ensino desse perfil saiu das 21 para 28, entre públicas e privadas, conforme dados mais recentes do
Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
3º A UERN, na qual Anderson Fernandes se formou, abriu os cursos de Odontologia e
Enfermagem, em Caicó, em 2006. “A UERN tem papel crucial na interiorização do ensino
superior. Ela foi pioneira na instalação de cursos da área da Saúde no Seridó”, destaca Álvaro
Lima, diretor do Campus da UERN em Caicó. Desde então, os alunos que antes migravam
para outras cidades potiguares ou até mesmo para a Paraíba passaram a permanecer em
Caicó.
4º Na mesma década, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, o IFRN, multiplicou por
10,5 o número de unidades instaladas no estado. Em 2006, eram apenas duas – uma em Natal e outra em Mossoró. Hoje, 21
institutos oportunizam a entrada de milhares de alunos no ensino médio, no técnico, na graduação e na pós-graduação.
5º No âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o processo de interiorização do ensino superior remonta
à década de 1970, com a abertura dos cursos de Letras, Administração, Estudos Sociais, Pedagogia, História e Engenharia de
Minas em Caicó. Naquela época, os cursos eram ministrados num prédio cedido pela Diocese de Caicó. Anos depois, com a
inauguração do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), com três blocos de aulas num terreno de 10 hectares, ocorreu a
ampliação do número de graduações e de professores e a expansão das atividades para a cidade vizinha, Currais Novos.
6º No Oeste do Rio Grande do Norte, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) iniciou um processo de expansão
com a transformação em universidade federal em 2005. Antes, funcionava como Escola Superior de Agricultura de Mossoró
(ESAM). Desde então, criou novos cursos e abriu três campi avançados em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros. Na
atualidade, a UFERSA oferece 22 cursos de graduação e 24 de pós-graduação. A comunidade estudantil é de 10.345 alunos
somente nos cursos presenciais. “A interiorização do ensino superior pode ser considerada o maior programa de inclusão do
Governo Federal, na medida em que tem levado pesquisa, ensino e desenvolvimento a locais que antes estavam longe de
grandes centros universitários. A UFERSA é um profícuo exemplo disso”, declara o reitor José de Arimatea de Matos.
7º Expandir a interiorização do Ensino Superior, principalmente nos cursos da área da Saúde, deve
ser uma meta prioritária da UFRN. Um dos objetivos da Escola Multicampi de Ciências Médicas é ter,
em seu quadro, 86 docentes. Para isso, alguns desafios deverão ser vencidos. Um deles é o
financeiro. Em comum, a UERN, a UFERSA e a UFRN sofrem com a falta de recursos. O custeio
para o Curso de Medicina de Caicó, por exemplo, foi zerado em 2018. Por ano, de acordo com
George Dantas de Azevedo, a UFRN repassa R$ 1,3 milhão para pagamento de despesas básicas. O
desafio deste ano será financiar o internato dos estudantes da primeira turma, iniciada em 2014, que
migrarão para a prática acadêmica no Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz. Na UERN,
o orçamento aprovado para este ano é R$ 71 milhões menor que o previsto para 2017.
Da relação entre título e texto, depreende-se
A CASA DAS QUESTÕES 2019 A CASA DAS QUESTÕES Interpretação, Compreensão, Tipologia e Gêneros Textuais
O fio do tempo na tessitura do poder simbólico: passado, presente e futuro na efeméride dos 190 anos do Parlamento
brasileiro (Por Antonio Teixeira de Barros)
A análise da cerimônia mostra que o cotidiano legislativo, marcado pelas operações críticas situadas em contextos bem
demarcados de contradição hermenêutica e de disputas de poder, dá lugar a um momentâneo ritual de consenso simbólico que
aponta para a glorificação e a honra do parlamento como instituição. As diferentes ordens de economia da grandeza política são
unificadas em um único esquema de fluência discursiva, portador de um valor universal, um capital simbólico ecumênico e
sacramental. Todos formam um só corpo político e abdicam algum tempo das disputas inter e intrapoderes, além dos conflitos e
tensões entre partidos, lideranças, facções etc.
A necessidade de inimigos, um imperativo na política (BAILEY, 1998), é suplantada em nome de um interesse
momentaneamente unificado sob os símbolos e rituais de agregação e cooperação moral. Durante a cerimônia, a política deixa
de ser um jogo de antagonismos no qual se procura reforçar o prestígio e a honra dos aliados e combater a reputação dos
inimigos. Todos se unem em um campo simbólico de aliança perante a opinião pública. A pulsão narcísica que constrói heróis
individuais é substituída pela pulsão cívica e um engajamento retórico republicano em defesa do Parlamento, da Política e da
Democracia, no plano mais abstrato e distante dos antagonismos e dos jogos de competição por poder, reputação, honra,
reconhecimento público e visibilidade. Em vez de demarcação de identidades partidárias e discursos
dialéticos típicos da política de reputação (BAILEY, 1998), passamos a presenciar uma estetização do
narcisismo institucional que busca um ordenamento de perspectivas e um consenso que coloca o
simbólico acima do político. A democracia liberal com sua lógica concorrencial e assimétrica adquire
sentido republicano, por meio dos discursos transformados em interações-rituais que unificam o corpo
político e recriam sua autoimagem, tecida com discursos de justificação articulados pela ordem simbólica.
O ritual ecumênico em termos partidários agrega os diferentes e une os “inimigos” em um mesmo espírito
de confraternização, um espírito republicano abstrato que nunca consegue se materializar no plano
objetivo dos campos conflituosos da democracia liberal. Sai de cena a representação teatral calcada nas
metáforas de guerra e adotam-se metonímias de comunhão, à guisa de uma eucaristia política.
Em “Todos se unem em um campo simbólico de aliança perante a opinião pública.”,
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Dialeto do Planalto
Brasília é recente - foi fundada há menos de 60 anos -, mas, com contribuições de várias partes do país, formou a
própria identidade. Descubra expressões típicas de lá que ajudam a revelar o jeito de ser do povo da capital federal.
Ele é muito aguado. Refere-se a alguém que chora por qualquer coisa e de forma fingida - ou seja, um manteiga-derretida
especializado em lágrimas de crocodilo.
Nunca vi garçom tão apagado! É assim que os brasilienses se referem a alguém lento, lerdo.
“Apagar” também pode ser sinônimo de assassinar.
Só pode ser agá. “Agá”, em Brasília, é piada. E por lá corre o seguinte “agá”: não é à toa que
o prédio do Congresso Nacional tem o formato dessa letra...
Eu vou de camelo. Famoso por fazer parte da letra da música Eduardo e Mônica, da Legião
Urbana, o termo “camelo” denota bicicleta.
Quando ela chegou, dei de cabrito. Sabe-se lá por que o filhote da cabra ganhou essa fama
no Distrito Federal: “dar de cabrito” é sair de fininho, à francesa.
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Salas de aula transformando o sertanejo
1º Ao longo de anos, o sertão do Rio Grande do Norte foi subjugado às intempéries da seca que expulsou milhares de
sertanejos de suas origens em busca de água e sobrevivência. Numa revolução inimaginável para a maioria dos moradores das
terras mais áridas do estado, cujas precipitações médias anuais são inferiores a 800 milímetros, a educação se tornou o meio de
transformação social, cultural e econômica. Hoje, por entre os cactos que povoam a caatinga, surgem institutos federais,
faculdades, universidades e a primeira Escola Multicampi de Ciências Médicas do Brasil. Em uma década, o número de
instituições de ensino superior no estado cresceu 33,3% e expandiu o número de vagas em 125,38%. O sertão do flagelo da
seca se transformou no chão das oportunidades e do resgate de sonhos.
2º “Não existia perspectiva. Meu pai era analfabeto. Eu cresci estudando em escola pública e numa família carente”, relembra
Anderson Fernandes, 26 anos, formado em Odontologia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN-Campus
Caicó). Nascido numa família que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo dos anos, a falta de perspectiva de mudança não
fez o estudante esmorecer, como se diz em Caicó. Formado há dois anos, hoje servidor público e aluno do Curso de Mestrado
em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fernandes é apenas um exemplo dos milhares de
jovens do interior do estado que se beneficiaram com o processo de interiorização da educação superior. De 2006 a 2016, o
número de instituições de ensino desse perfil saiu das 21 para 28, entre públicas e privadas, conforme dados mais recentes do
Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
3º A UERN, na qual Anderson Fernandes se formou, abriu os cursos de Odontologia e
Enfermagem, em Caicó, em 2006. “A UERN tem papel crucial na interiorização do ensino
superior. Ela foi pioneira na instalação de cursos da área da Saúde no Seridó”, destaca Álvaro
Lima, diretor do Campus da UERN em Caicó. Desde então, os alunos que antes migravam
para outras cidades potiguares ou até mesmo para a Paraíba passaram a permanecer em
Caicó.
4º Na mesma década, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, o IFRN, multiplicou por
10,5 o número de unidades instaladas no estado. Em 2006, eram apenas duas – uma em Natal e outra em Mossoró. Hoje, 21
institutos oportunizam a entrada de milhares de alunos no ensino médio, no técnico, na graduação e na pós-graduação.
5º No âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o processo de interiorização do ensino superior remonta
à década de 1970, com a abertura dos cursos de Letras, Administração, Estudos Sociais, Pedagogia, História e Engenharia de
Minas em Caicó. Naquela época, os cursos eram ministrados num prédio cedido pela Diocese de Caicó. Anos depois, com a
inauguração do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES), com três blocos de aulas num terreno de 10 hectares, ocorreu a
ampliação do número de graduações e de professores e a expansão das atividades para a cidade vizinha, Currais Novos.
6º No Oeste do Rio Grande do Norte, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) iniciou um processo de expansão
com a transformação em universidade federal em 2005. Antes, funcionava como Escola Superior de Agricultura de Mossoró
(ESAM). Desde então, criou novos cursos e abriu três campi avançados em Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros. Na
atualidade, a UFERSA oferece 22 cursos de graduação e 24 de pós-graduação. A comunidade estudantil é de 10.345 alunos
somente nos cursos presenciais. “A interiorização do ensino superior pode ser considerada o maior programa de inclusão do
Governo Federal, na medida em que tem levado pesquisa, ensino e desenvolvimento a locais que antes estavam longe de
grandes centros universitários. A UFERSA é um profícuo exemplo disso”, declara o reitor José de Arimatea de Matos.
7º Expandir a interiorização do Ensino Superior, principalmente nos cursos da área da Saúde, deve
ser uma meta prioritária da UFRN. Um dos objetivos da Escola Multicampi de Ciências Médicas é ter,
em seu quadro, 86 docentes. Para isso, alguns desafios deverão ser vencidos. Um deles é o
financeiro. Em comum, a UERN, a UFERSA e a UFRN sofrem com a falta de recursos. O custeio
para o Curso de Medicina de Caicó, por exemplo, foi zerado em 2018. Por ano, de acordo com
George Dantas de Azevedo, a UFRN repassa R$ 1,3 milhão para pagamento de despesas básicas. O
desafio deste ano será financiar o internato dos estudantes da primeira turma, iniciada em 2014, que
migrarão para a prática acadêmica no Hospital Universitário Ana Bezerra, em Santa Cruz. Na UERN,
o orçamento aprovado para este ano é R$ 71 milhões menor que o previsto para 2017.
“Não existia perspectiva[1]. Meu pai era analfabeto. Eu cresci estudando em escola pública e numa família
carente”, relembra[2] Anderson Fernandes, 26 anos, formado em Odontologia pela Universidade Estadual do
Rio Grande do Norte (UERN -Campus Caicó). Nascido numa família que enfrentou inúmeras dificuldades ao
longo dos anos, a falta de perspectiva de mudança não fez o estudante esmorecer, como[3] se diz em Caicó.
Formado há dois anos, hoje servidor público e aluno do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fernandes é apenas um exemplo dos milhares de jovens do interior
do estado que se beneficiaram com o processo de interiorização da educação superior. De 2006 a 2016, o
número de instituições de ensino desse perfil saiu das 21 para 28, entre públicas e privadas, conforme dados
mais recentes do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
Sobre o uso da pontuação, afirma-se corretamente que